Já à primeira visão, externa, nas proximidades do Teatro da UFPE, impressiona os caminhões cargueiros estacionados. Têm-se a primeira noção da grandiosidade do espetáculo Disney Live, as aventuras do Mickey, que encerra temporada recifense neste domingo. Toneladas de equipamentos e cenários dão a dimensão do tamanho da produção: super. Sem dúvida.
Estão lá ainda outros fortes elementos para um grande espetáculo. Há o apelo clássico, com personagens de diversas gerações, entre os ícones do século 20 como Pateta, Donald, Mickey e Minie, a uma série de princesas e seus coadjuvantes como Alice o Chapeleiro Maluco, Jasmim (sem Aladim), Bela, Cinderela e Branca de Neve e a madrasta. Em perspectiva atual, há ainda a presença de animadores infantis com jeito de tonto, oriundos de um novo estilo de programação infantil recente, caricatos como jovens de Hi-5 e de produções do próprio Disney Channel.
E sem falar na proposta de um encontro bastante promissor com outro universo caro entre as crianças, a mágica. Há um passeio vistoso por truques tradicionais de sucesso garantido como levitação, cortar assistentes ao meio, desaparecer ou trocar de roupa em gaiolas, alguns com execução admirável até.
E “abracadabra!”, a Disney parece ter em mãos a formula ideal para encantar crianças e cativar adultos que admiram sua história. Mas, tal qual percebemos recentemente em algumas adaptações cinematográficas não tão felizes - a exemplo de Os Smurfs (em cartaz nos cinemas da cidade)-, quando fica claro que o mote da megaprodução é mesmo arrasar nas bilheterias e nos produtos associados em merchandising, a arte de fazer dinheiro dá um truque de mágica na magia do teatro, que se esvazia em franquias mercadológicas e fica cada vez mais parecida com mero entretenimento, como a TV.
Se por um lado é mérito levar ao teatro aquele público acostumado com DVDs, TV em alta-definição e cinema 3D, e aproximá-lo da experiência cênica, de outro passa a ser preocupante que uma geração de crianças vá ao espetáculo ver a mesma coisa que já tem acesso em produções massivas e cuja vivência deixa como mais impactante lembrança os suvenires de preços exorbitantes que vão obrigar os pais a levar pra casa.
Fonte: ne10
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