Desenho animado O Rei Leão volta aos cinemas em 3D


Divulgação

Em 1942, uma cena levou às lágrimas toda uma geração de crianças: correndo na floresta, a mãe de Bambi era morta por um tiro de caçador. O público não via o assassinato, mas tão somente a expressão descrente e angustiante do pequeno cervo. Cinquenta e dois anos depois, a Disney mostraria sua primeira cena de morte. Também tentando proteger sua cria, o leão Mustafa foi morto pelo próprio irmão ao tentar fugir de uma manada de gnus correndo desesperados pela savana africana. Uma tomada de dois minutos tão monumental e emocionante que durou dois anos para ser concluída. O mundo chorou junto com o pequeno Simba e O rei leão se transformou no maior sucesso de bilheteria da Disney até então. Passados 17 anos do seu lançamento, o filme volta aos cinemas nesta sexta-feira, agora modernizado para uma versão 3D.

Com o relançamento, uma nova geração vai ter a oportunidade de conferir a história de elementos clássicos e um roteiro muito bem costurado, que remete diretamente aos dramas shakesperianos e histórias bíblicas. O 3D, nesse caso, é um mero coadjuvante. Proporciona alguma perspectiva nas belas cenas de natureza - com árvores em primeiro plano no deserto africano - mas não tem o impacto de um filme originalmente feito com a tecnologia.

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O que realmente chama atenção nesta reedição é como a história sobreviveu sem máculas à passagem do tempo. Indo da tragédia à comédia, o filme narra as transformações na vida do espevitado filhote Simba, herdeiro do rei Mufasa (na versão original, a voz de James Earl Jones). O tio de Simba, o leão de juba negra e olhos verdes Scar (Jeremy Irons), é o retrato da inveja e da maldade. Não demora muito para ele armar a morte de Mustafa e afastar Simba (adulto, Matthew Broderick) do reino - em uma referência clara e assumida à Hamlet. Ao fugir, pensando ser o responsável pela morte do pai, Simba é encontrado por Timão e Pumba - um suricato e um javali que levam uma vida hippie na floresta com o lemaHakuna matata, “sem problemas”. A dupla fez tanto sucesso que ganhou um desenho animado próprio - exibido e reprisado por anos a fio na televisão.

Técnica

Dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff, o filme usou a técnica tradicional de animação, com poucas cenas feitas diretamente em computadores. Em entrevista a uma revista norte-americana, o produtor Don Hahn, que também tem no currículo A Bela e a fera eUma cilada para Roger Rabbit, comentou sobre a dificuldade de se usar esse processo atualmente. “Devemos ver cada vez menos filmes assim, com animação tradicional, mas sempre vão existir. Nada se compara à franqueza de um lápis na mão”, acredita.

A volta de O rei leão também inclui o lançamento do fime em blu-ray, com previsão de chegar às lojas em setembro. Nos cinemas, a expectativa é de que fique em cartaz por duas semanas. Mesmo o 3D não fazendo tanta diferença assim, um clássico como O rei leão não precisa de desculpa para ser visto, nem revisto.

Fonte: pernambuco.com

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